O Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, em Roma por
ocasião do Consistório Extraordinário que aconteceu na última semana, na
manhã da última segunda-feira, 16, em entrevista à Rádio Vaticano,
falou sobre a reforma da Cúria Romana e sobre a missão que os cardeais
devem exercer como colaboradores do Papa no governo da Igreja.
Dom Odilo explicou que a reforma já vem acontecendo, mas, que não é
algo realizado de um momento para o outro. Ele destacou que não se trata
simplesmente de uma mudança administrativa e burocrática mas sim, de
uma mudança de mentalidade.
“Trata-se também de uma participação mais profunda e, eu diria até
espiritual e mística no serviço do Papa em relação a toda Igreja e isso
requer uma reflexão maior da qual os cardeais todos participaram com
muitas intervenções, sugestões e observações, sobre o projeto que foi
apresentado pelo grupo dos 9 cardeais e que agora continua a ser
trabalhado e elaborado.”
No Consistório do último sábado, o Papa Francisco criou 20 novos
cardeais, de 14 países, dos quais, quatro contam pela primeira vez com
uma sede cardinalícia: Cabo Verde, Panamá, Tonga e Myanmar
(ex-Birmânia).
Para o Arcebispo de São Paulo, essas últimas nomeações mostram que o
colégio cardinalício é representativo da Igreja toda e por isso os
países e regiões do mundo onde os católicos são poucos, como no Oriente,
também devem participar do colégio dos cardeis, que trata de questões
importantes do ministério do papa.
“Vai ficando mais e mais claro que, de fato o colégio cardinalício,
colégio de cooperação com o Papa não é um grupo de elite, privilégios e
prestígio como talvez ainda está na opinião pública, na mentalidade
corrente. Mas o colégio cardinalício é o colégio dos estreitos
conselheiros colaboradores do Papa, que o ajudam a ter essa percepção da
Igreja no mundo todo.”
Por Canção Nova com Rádio Vaticano